Crítica # 100 – Velozes e Furiosos 8 (Fate of the furious,
USA, 2017)
Por Marlon Fonseca
Velozes e Furiosos sabe que ela
tem primado principalmente por absurdos e pela diversão descompromissada, com
situações que ressaltam a noção de amizade, principalmente do quinto capítulo
em diante. Essa oitava parte tem o desafio de continuar a saga sem um dos
principais pilares, Paul Walker, e ainda se manter interessante.
A
essa altura do campeonato quem acompanha a série
Para
tanto, o roteirista Chris Morgan, que escreve os roteiros da série desde o terceiro
filme, traz um novo elemento dramático para chacoalhar as coisas. Na trama,
Dominic Toretto se volta contra a sua “família” ao se ver obrigado a se aliar a
cyber terrorista Cypher, cabendo a seus companheiros descobrir e deter seus planos ealém de resgatá-lo.
O
filme acertadamente dá maior destaque ao personagem de Dwayne Johnson para
suprir a lacuna de Walker, como o “segundo em comando” na família. Seu carisma
natural e sua veia cômica são bem utilizadas inclusive nas cenas de luta, propositalmente stilizadas, beirando o cartunismo. Sua “química” com Jason Statham, que
também flerta com o caricato divertido, reside numa das melhores coisas aqui.
Aliás,
novamente, o roteiro soube utilizar a inegável e forte química do elenco trazendo
momentos onde cada aptidão dos personagens é trabalhada dando assim oportunidade
de brilho para cada um à sua maneira. A Letty de Michelle Rodriguez, por
exemplo, cresce a cada filme.
Como novidade
a inclusão de Charlize Theron como vilã traz um novo peso a série. Em outras
oportunidades (precisamente em Prometheus e Branca de Neve e o Caçador) a
estrela sul africana já havia mostrado um talento ímpar para papeis vilanescos.
E aqui ela confirma essa habilidade trazendo a melhor vilã da série até o momento.
Fria, cínica, inteligente, trazendo no olhar todas essas características, a
personagem sobre ser de fato uma rival à altura para Don e equipe. Outra
“aquisição” interessante é a presença da grande dama Helen Mirren, que
declarava publicamente ser fã da série, em uma participação curta, porém
divertida.
A química do elenco é um dos trunfos da saga... |
A
narrativa é no fundo simples e as motivações dos personagens são trabalhadas de
forma razoáveis e superficiais, sendo algumas situações bastante forçadas em
alguns casos, mas nada que atrapalhe o que o filme realmente deseja oferecer.
No fundo no fundo a saga, conforme falamos acima, deseja mesmo é brindar o
espectador com sequências a cada filme mais absurdas e improváveis.
Capitaneando
esse capítulo, o diretor F. Gary Gray, que já trabalhou com Charlize e carros no
divertido Uma Saída de Mestre, dirige
com competência as sequências de ação. Mesmo com ‘carros caindo do céu” (sim,
isso acontece) e perseguições alucinadas nas ruas de Nova York, o espectador
não se sente perdido. A sequência final supera tudo o que a série já demonstrou em situações exageradas, superando até mesmo, o "pega" contra um jato do sexto filme.
...além da busca frequente na superação dos absurdos que porpõe |
Com
todos esses elementos temos um dos melhores e mais divertidos filmes de toda a
saga que segue assim em sua onda de evolução e reinvenção para continuar no
topo do gênero
.
Trazendo
um elenco cuja química é evidente e que notadamente se diverte fazendo o que
faz, com cenas de ação bem trabalhadas e divertidas, Velozes e Furiosos 8 é um
passo à frente na “comédia de absurdos com coração” que a série tem como
proposta ser. É um filme extremamente divertido e é isso que importa de fato
para Don e sua família.
Obs: Não há cena pós crédito.
Nota: 8,0
Ficha técnica: Velozes e Furiosos
(The Fate of the Furious, USA, 2017). Ação. Aventura. Direção. F. Gary Gray. Elenco: Vin Diesel, Dwayne
Johnson, Jason Statham, Michelle Rodriguez, Tyresse Gibson, Ludacris, Charlize
Theron. Duração: 134 min.
Concordo em tudo...
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