sábado, 4 de maio de 2013

...CINEMA. Opiniões #65- Somos Tão Jovens


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Opiniões # 65 – Somos Tão Jovens (Brasil, 2013)

Por Marlon Fonseca

           
                   
       Renato Manfredini Junior, ou melhor,  Renato Russo foi uma das figuras mais proeminentes do cenário musical nacional. Seu vozeirão, suas letras contundentes e seu estilo único o elevaram a status de mito nacional sem injustiça. Era, portanto,  questão de tempo, em vê-lo sendo retratado no cinema.

            Em Somos Tão Jovens, dirigido pelo experiente Antonio Carlos da Fontoura, acompanhamos um período específico da vida do cantor: sua juventude e o início de sua carreira em Brasília.

            No aspecto de cinebiografia o filme acaba se apresentando superficial, pois não há um aprofundamento verdadeiro nas nuances de Renato. Seus ideais, algumas neuras, referenciais musicais, relacionamento com os pais, o descobrimento da sua homossexualidade estão ali retratadas, mas sem muita contundência. O relacionamento com os membros de sua primeira banda, o Abroto Elétrico e com uma grande amiga são os aspectos mais bem trabalhados.

            Mas o filme é muito bom e se destaca mesmo é no fato de retratar a juventude e o início do rock nacional do fim da década de 1970 e começo da década de 80 sendo Brasília o celeiro de bandas como Plebe Rude, Capital Inicial, Paralamas do Sucesso e muitas outras em meio à ditadura militar que ainda dominava o país. Mais do que a vida de Renato, o longa mostra todo um cenário Nacional.
Filme funciona melhor como retrato de uma nova era

É cercado de uma reconstituição apuradíssima da época com cenários, veículos, vestuário e até vocabulários e gírias, que qualificam ainda mais o trabalho. A trilha sonora também é o destaque, trazendo todas as músicas marcantes do Legião Urbana e das demais bandas retratadas.

A atuação de Thiago Mendonça[1] também é digna de nota e elogios. Sua composição vai além do aspecto da aparência física, trazendo a entonação de voz e os trejeitos marcantes de Renato Russo sem parecer caricato ou exagerado.
A composição de Thiago Mendonça também merece destaque

Somos Tão Jovens acaba por ser mais do que a parte da história de vida de um mito. É um muito bem feito retrato de todo um movimento e momento que o país viveu em um passado não muito distante. 

Curiosidade:  Dado Villa-lobos é interpretado pelo seu filho Nicolau Villa-Lobos

Cotação: 8,5

Ficha Técnica: Somos Tão Jovens (Brasil, 2013). Drama. Direção: Antônio Carlos da Fontoura. Elenco: Thiago Mendonça, Laila Zaid, Marcos Breda, Nicolau Villa-Lobos. Duração: 104 min.



[1] Que vivera Luciano Camargo em 2 Filhos de Francisco

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