Cenas de Cinema #05 (Animações da Pixar)
Por Marlon Fonseca
Até pouco
tempo atrás quem dominava o cenário das animações (desenhos) no cinema era a
Disney.
Com sua até
então fórmula infalível que juntava fábulas conhecidas, com personagens
“simpáticos” e muita cantoria através de animações belíssima os filmes de
animação da Disney marcaram épocas e gerações e apresentaram momentos de emoção
(a comoção gerada pela morte da mãe do Bambi e do pai do Simba) e extrema
beleza (o vôo de Aladdin com sua princesa em seu tapete mágico ao som de“a whole new wolrd” é o meu preferido até
hoje) mas careciam de algo que só hoje podemos enxergar com clareza: maturidade
narrativa.
A Pixar
(inicialmente um estúdio subsidiário da própria Disney e hoje um estúdio
independente) mudou radicalmente a forma de se fazer animação no cinema. E não
estou falando da utilização da tecnologia de CGI (Computer Graphics Image ou
imagens computadorizadas) e sim pela maturidade narrativa e sensibilidade.
Nós filmes
da Pixar nós também temos cantoria, animais e carros falantes mas a emoção e
mensagem passadas são feitas de forma extremamente aprofundadas.
No
divertidíssimo e tresloucado “Procurando Nemo” nós temos uma fábula da
responsabilidade paterna disfarçada e no lírico Wall-E acompanhamos, através da
história de amor incondicional do personagem título, uma ferrenha crítica a uma
sociedade preguiçosa.
Mas
o “cenas” de hoje quer destacar com mais contundência o caráter genuíno dos
sentimentos passados e que somos acometidos em seus filmes. E para mim “Up
–Altas aventuras” e “Toy Story 3”
são o ápice do estúdio nesse quesito.
Em
“UP – Altas aventuras” nós presenciamos uma obra de arte narrativa impar em
seus 10 minutos iniciais onde toda a história de vida do personagem Carl e de
sua esposa são passadas ao som da Magistral trilha sonora de Michael Giachino
(que, merecidamente, ganhou o Oscar por ela). No início nos divertimos com o
encontro dos dois, no meio nos emocionamos com o casamento, companherismo e
continuidade desse amor e no fim ficamos tocados e solidários com o falecimento
de sua esposa.
A
cena final de “Toy Story 3”
quando Andy “passa adiante” seus brinquedos para a sua vizinha mas antes
resolve brincar com eles por uma última vez somos transportados de imediato á
nossa própria infância e nos vemos emocionados agradecendo aos nossos próprios
brinquedos por todos os momentos que passamos juntos.
Ao
fim da sessão de “Toy Story 3”
no cinema a meninha de 6 anos que estava ao meu lado não entendia o porque do
“Tio Marlon” estar visivelmente emocionado. Daqui a alguns anos ao rever esse
filme tenho certeza de que entenderá!
Bravo Pixar! Bravíssimo!!!!
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